A brasileira Flávia Saraiva brilhou em sua apresentação na trave e assumiu a liderança da classificatória do Mundial de Ginástica Artística, que acontece na capital indonésia. Com uma série sólida e bem executada, a ginasta somou 13,833 pontos, praticamente assegurando vaga na final marcada para o próximo sábado (25).
A atleta do Brasil, que é medalhista olímpica por equipes, demonstrou tranquilidade e firmeza em seu principal aparelho. Apesar de optar por uma série com menor grau de dificuldade – 5,5 pontos –, Flávia compensou com uma execução impecável (nota 8,333), garantindo o topo da tabela.
A nota foi a mesma da romena Sabrina Voinea, mas a brasileira levou vantagem no critério de desempate por ter obtido melhor desempenho técnico. Flávia já apresentou séries com dificuldade de 5,9 neste ano e pode aumentar o nível na decisão.
O sportv 2 transmite as finais do Mundial de ginástica artística ao vivo.
Estratégia e retorno ao ciclo olímpico
Flavinha, que voltou às competições internacionais após cirurgia no ombro em 2024, afirmou que priorizou a limpeza da execução em vez de arriscar movimentos mais complexos. A estratégia surtiu efeito.
O Brasil se apresentou na oitava subdivisão de dez, permitindo que a ginasta tivesse uma noção clara das notas necessárias para alcançar a final.
Ainda competem nesta terça-feira (22) as chinesas Zhang Qingying e Zhou Yaqin, consideradas favoritas no aparelho e últimas com chance de ultrapassar a brasileira.
Desempenho das demais brasileiras
As outras representantes do país não conseguiram avançar às finais.
Júlia Soares, finalista olímpica na trave, teve uma série com desequilíbrios e queda na saída, terminando com 11,500 pontos. No solo, encantou o público ao som de “Cheia de Manias”, mas sofreu penalizações por sair do tablado e somou 12,100 pontos, também fora do top-8.
Sophia Weisberg, de 15 anos, mostrou boa estreia ao marcar 12,733 nas barras e na trave, mas não avançou. Atual campeã brasileira do individual geral, ela se destacou também no salto, alcançando média 13,016 após dois voos regulares.
Outra estreante, Júlia Coutinho, também de 15 anos, se apresentou ao som de “Maria, Maria”, de Milton Nascimento, mas sofreu uma queda na última acrobacia do solo e obteve 11,633 pontos. Nas barras, somou 11,766.
Recuperação e próximos passos
Mesmo sem a presença de Rebeca Andrade e Jade Barbosa, que ficaram fora da competição, a equipe brasileira manteve boa representatividade. Flávia Saraiva, agora líder provisória da trave, segue como principal esperança de medalha do país no Mundial de Jacarta.
O resultado confirma a retomada da ginasta em grande forma no novo ciclo olímpico, mirando os Jogos de Paris 2028.