Empresa de turismo lança venda de viagens pagas com FGTS em até 10 anos

Empresa de turismo lança venda de viagens pagas com FGTS em até 10 anos

Empresa de turismo lança linha de antecipação de saque-aniversário em parceria com o Digio, banco virtual do Bradesco

Porto Velho, RO - 
A empresa de turismo CVC lançou neste mês a venda de pacotes e viagens com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Em parceria com o banco digital Digio, do Bradesco, a operadora oferece uma linha de antecipação do saque-aniversário para compra de produtos turísticos.

"Nós nos tornamos correspondentes bancários do Digio para oferecer esta linha de crédito nas nossas mais de mil lojas em todo o Brasil", afirmou à Folha Emerson Belan, diretor-geral da CVC Viagens. Segundo ele, foi uma iniciativa inédita no setor privado, até agora nenhuma empresa se associou a um banco para explorar recursos do FGTS.

A expectativa é que a linha de crédito responda por 10% das vendas da CVC dentro de sete meses. "Existem 82 milhões de pessoas que possuem saldo no Fundo de Garantia, um valor que chega a R$ 488 bilhões", diz Belan, ressaltando que a linha de crédito também vale para contas inativas do FGTS.

Na prática, o consumidor vai até uma loja CVC, com o aplicativo da Caixa Econômica Federal instalado no celular. É preciso habilitar o banco Digio para ter acesso às informações sobre o fundo. A partir daí, o atendente da CVC faz a simulação de quanto é possível antecipar de saldo para a compra do pacote ou da viagem.

Para conseguir a retirada de parte do saldo do FGTS, é preciso fazer a adesão à modalidade saque-aniversário. Não é necessário estar no mês do aniversário para ter acesso à linha de crédito –no entanto, o mês de contratação do empréstimo influencia no cálculo dos juros, porque o abatimento das parcelas só é feito no mês de aniversário do cliente.

Depois disso, o consumidor recebe da CVC um link para preenchimento do contrato. "O dinheiro estará disponível em até 48 horas na conta que o cliente indicar, não é preciso abrir conta no banco Digio", diz Belan.

O consumidor recebe então um boleto com o preço total da viagem, que deve ser quitado com o dinheiro do empréstimo em até cinco dias. A CVC recebe o total à vista pelos produtos vendidos, mas o consumidor vai pagar o pacote ou a viagem em prestações anuais, de três a dez anos, com juros de 1,99% ao mês.

Existe a possibilidade de antecipar até 70% do saldo do FGTS, contando os juros, diz Belan.

Uma pessoa que tenha R$ 10 mil de saldo de FGTS, por exemplo, pode usar até R$ 4.962,77 para uma viagem, paga em três parcelas anuais, ou até R$ 6.121,39 para uma viagem paga em dez anos, ou dez parcelas.

Mas para o cliente que contar com um saldo do FGTS maior do que este e desejar uma viagem de R$ 10 mil, por exemplo, o cálculo será o seguinte: R$ 18.100 pagos ao longo de dez anos, ou a um custo de R$ 13.487, se optar por quitar a dívida dentro de três anos.

"É uma maneira de democratizar o acesso ao turismo no Brasil, que é nossa missão", afirma Belan. Na opinião do executivo, não há risco de superendividamento. "O cliente recebe o equivalente a um salário de FGTS ao ano, o que ele gastar com a viagem vai ser reposto, é como um crédito consignado", diz. "É um dinheiro que ficava parado, mas que agora ele pode usar para bancar a viagem dos sonhos dele e da família."

De acordo com o diretor da CVC, a antecipação do saque-aniversário pode pagar a viagem inteira ou apenas a entrada, se o cliente preferir completar o dinheiro do pacote com recursos próprios.

Em caso de demissão, o valor do empréstimo, com juros, fica bloqueado junto à Caixa –assim como acontece com outras linhas de financiamento que usam a antecipação do saque do FGTS.

'PROCURA NAS LOJAS AUMENTOU 20% DESDE RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA 123MILHAS'

"As pessoas estão com muita vontade de viajar, mas às vezes sem limite no cartão", diz Belan, que lança o produto três meses depois de a 123Milhas, um dos maiores rivais da operadora, entrar em recuperação judicial, com dívidas de R$ 2,3 bilhões.

De acordo com o executivo, desde então, o fluxo de clientes nas lojas da CVC aumentou 20%. "Nós acolhemos os consumidores que ficaram desassistidos", diz ele. "Os preços da 123Milhas não existiam."

A CVC registrou um prejuízo de R$ 87,5 milhões no terceiro trimestre deste ano, um aumento de 16,6% sobre as perdas do mesmo período do ano passado. A receita líquida, no entanto, aumentou 11,3%, para R$ 375,8 milhões.

Nesta semana, a operada apresenta a campanha pré-Black Friday: a cada 48 horas, um destino nacional e um destino internacional terão descontos na alta temporada. Um pacote de nove dias, com ida e volta para Orlando (EUA), por exemplo, com embarque em março, sai R$ 5.687 por pessoa.

"A partir de 18 de novembro, vamos ter mais de 300 inserções diárias na TV aberta, com a divulgação de QR codes com descontos expressivos, de até 99%", diz Belan.

Hoje, 75% do público da CVC é formado por adultos entre 33 e 60 anos. Na alta temporada (entre novembro e fevereiro), os três destinos mais buscados são nacionais: Porto Seguro (BA), Maceió (AL) e Gramado (RS).

Fonte: Folha de São Paulo

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