Na Reta Final, Oposição ganha destaque em eleição na Coreia do Sul

Na Reta Final, Oposição ganha destaque em eleição na Coreia do Sul

O líder da oposição, Lee Jae-myung, favorito com 51% das intenções de voto, segundo pesquisa Gallup divulgada no sábado (17), afirmou que a disputa será um julgamento sobre a insurreição, como o episódio é tratado no país

© Getty

Porto Velho, RO -  O primeiro debate pela televisão entre os principais candidatos, no domingo (18), mostrou que a campanha eleitoral na Coreia do Sul segue pautada pela tentativa de autogolpe do ex-presidente Yoon Suk-yeol. A votação é no próximo dia 3 de junho.

O líder da oposição, Lee Jae-myung, favorito com 51% das intenções de voto, segundo pesquisa Gallup divulgada no sábado (17), afirmou que a disputa será um julgamento sobre a insurreição, como o episódio é tratado no país. O governista Kim Moon-soo, que tem 29%, disse que o juízo está em aberto.

Na noite de 3 de dezembro, Yoon decretou lei marcial e cercou militarmente a Assembleia Nacional -onde tinha um minoritário e vinha sofrendo derrotas seguidas.

Uma reação comandada em parte por Lee reabriu o Legislativo na madrugada e aprovou a derrubada do decreto, que Yoon acabou retirando seis horas após ter assinado. Enfrentando protestos com milhares de pessoas nas ruas da capital, ele sofreu impeachment no dia 14, também na Assembleia.

Na véspera do debate, Yoon anunciou que estava deixando o Partido do Poder do Povo, o que foi recebido como uma tentativa de aumentar as chances de Kim, da mesma legenda e que foi seu ministro.

Mas Kim continuou na defensiva. Como resposta à tentativa de autogolpe, Lee, do Partido Democrático, propôs no domingo uma reforma política, com o mandato passando a quatro anos, com direito à reeleição, e maior poder de fiscalização para a Assembleia. Hoje o mandato é único, de cinco anos

No debate, Kim buscou reagir em política externa, com um posicionamento marcadamente pró-Estados Unidos e, a exemplo de Yoon, tratando a estratégia proposta pela oposição como pró-China.

"A aliança Coreia do Sul-EUA deve ser o eixo fundamental, mas as declarações que você continua a fazer são assustadoras, da perspectiva dos EUA", disse ele, para Lee.

Este respondeu defender uma postura pragmática nas relações diplomáticas e comerciais com Pequim, mas recusando o rótulo de pró-China.

"É claro que a aliança [com os EUA] deve seguir como a base da nossa diplomacia e segurança e deve ser fortalecida ainda mais", afirmou Lee, acrescentando porém que "a diplomacia deve priorizar o interesse nacional", sem afastar tanto a China como a Rússia. "Nós não devemos ir com tudo e colocar todos os nossos ovos numa única cesta", disse o candidato.

Os dois também se dividiram em relação às tarifas impostas pelos EUA sobre produtos sul-coreanos. Lee defendeu negociar sem pressa, cautelosamente. "Não há necessidade de tomarmos a dianteira na corrida para fechar logo as negociações", falou.

Já Kim pediu uma solução rápida, com uma cúpula bilateral ainda sob o governo atual, de seu partido.

Outro participante do programa, Kwon Young-kook, do Partido Democrático Trabalhista, foi mais crítico dos EUA, que acusou de "práticas comerciais predatórias". Haverá mais dois debates, nos dias 23 e 27 de maio.

Lee, que segundo um observador caminha para uma vitória fácil, deve enfrentar um quadro de crise também econômica, se confirmar o favoritismo.
Segundo o Ministério das Finanças do atual governo, "a economia enfrenta crescente pressão de queda", com dificuldade para reagir tanto no mercado de trabalho como no consumo.

"As condições externas pioraram devido às políticas tarifárias dos EUA, levando a uma desaceleração das exportações", justificou.

Fonte: Notícias ao Minuto

Postar um comentário

0 Comentários