Foram contabilizados 18.451 focos de calor, o menor índice desde o início do monitoramento realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)

© Vitor Vasconcelos / Secom-PR
O Brasil alcançou uma redução histórica no número de queimadas registradas no mês de agosto.
Porto Velho, RO - De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram contabilizados 18.451 focos de calor, o menor índice desde o início do monitoramento, em 1998.
O resultado representa uma queda de 61% em relação à média histórica para o mês (47.348 focos) e de 13,8% em relação ao recorde anterior, registrado em 2013 (21.410). Esta é a primeira vez que o número fica abaixo de 20 mil focos em agosto.
Comparativo histórico / Queimadas em agosto
Média histórica: 47.348
2025 / 18.451
2024 / 68.635
2023 / 28.054
2022 / 47.507
2021 / 51.711
2020 / 50.694
2013 / 21.410 (recorde anterior)
DADOS ANUAIS — No acumulado de 2025, o Inpe registrou 47.531 focos de queimada em todo o país. Diferentemente dos anos anteriores, o Cerrado foi o bioma mais afetado, concentrando 47,9% dos registros. A Amazônia respondeu por 28,3% do total. Já o Pantanal apresentou apenas 173 focos de calor no período (0,4%).
ESTADOS — Ao longo de 2025, Mato Grosso foi o estado que apresentou mais focos de queimada, o que corresponde a 14,5% do total. Em seguida aparecem Maranhão (12,6%), Tocantins (11,7%), Bahia (8,6%) e Pará (7,1%).
AÇÕES PREVENTIVAS — Os números confirmam uma mudança positiva no cenário ambiental brasileiro e reforçam o compromisso do Governo do Brasil com a preservação dos biomas, a proteção da biodiversidade e o enfrentamento das mudanças climáticas.
Confira as principais ações implementadas para prevenir e combater os incêndios florestais na temporada de 2025:
- Contratação do maior contingente de brigadistas federais da história, formado por 4.385 profissionais – 2.600 do Ibama e 1.785 do ICMBio, um aumento de 26% em relação ao ano de 2024.
- A infraestrutura para 2025 inclui sete novos helicópteros para uso do Ibama em ações de enfrentamento aos incêndios e desmatamento. A renovação da frota aumenta em 75% a capacidade de transporte de agentes e brigadistas, em 40% a quantidade de horas de voo por ano e em 133% a capacidade de lançamento de água.
- Desde 2023, o Fundo Amazônia aprovou R$ 405 milhões para apoiar os Corpos de Bombeiros dos nove estados da Amazônia Legal na prevenção e combate a incêndios florestais. Destes, já foram contratados 370 milhões. São projetos no valor de R$ 45 milhões, cada, para Roraima, Amapá, Pará, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins, e de aproximadamente R$ 21 milhões e R$ 34 milhões para Acre e Rondônia, respectivamente.
- Pela primeira vez, o Fundo Amazônia apoiará também ações de prevenção e combate a incêndios em estados fora da Amazônia, como no Cerrado e Pantanal. Em julho, foram aprovados R$ 150 milhões para os Corpos de Bombeiros Militares e brigadas florestais de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Piauí e Distrito Federal. O projeto, de autoria do Ministério da Justiça e Segurança Pública, foi apresentado por meio de um trabalho interministerial.
- Sanção da Lei 15.143/2025, que amplia a capacidade de respostas aos incêndios florestais, permite a transferência de recursos diretamente do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) para estados e municípios e garante mais agilidade na contratação de brigadistas, reduzindo o intervalo da sua recontratação para três meses. A lei permite ainda o uso de aeronaves estrangeiras em emergências ambientais.
- Anúncio dos Planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas (PPCDs), pela primeira vez, para todos os biomas brasileiros, com estratégias específicas para a preservação ambiental em diferentes eixos até 2027;
- Desde janeiro de 2025, o MMA realizou quatro reuniões com especialistas de órgãos públicos e universidades para avaliar a situação climática e previsões futuras, além de seu impacto sobre a ocorrência de grandes incêndios florestais de comportamento extremo;
- Publicação de edital que prevê recursos no valor de R$ 32 milhões do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) em conjunto com o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD) para apoio a municípios prioritários na Amazônia e Pantanal na implementação de Planos Operativos de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (junho de 2025);
- Retomada da Sala de Situação Interministerial sobre Incêndios do governo federal, integrada por 10 ministérios e outros seis órgãos federais (maio e junho de 2025). O grupo se reúne de forma periódica para monitorar a evolução do quadro climático e sua repercussão sobre o risco de incêndios, bem como para apoios mútuos em ações de prevenção e combate;
- Conclusão do Plano de Prevenção e Combate a Incêndios do Bioma Pantanal para a temporada deste ano, elaborado conjuntamente entre o governo federal e os estados que abrigam o bioma (maio de 2025). O plano para os nove estados da Amazônia Legal está em fase final de formulação;
- Veiculação de campanha de prevenção e combate aos incêndios florestais criminosos na Amazônia Legal voltada ao Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Roraima, estados que mais sofreram com os incêndios no último ano (abril de maio de 2025);
- Publicação de portaria pelo MMA (nº1.327/2025) declarando emergência por risco de incêndios (março de 2025): aponta áreas vulneráveis a incêndios em todo o país e os períodos de maior risco para viabilizar a contratação emergencial de brigadistas federais e a atuação de estados e municípios;
- Decreto n° 12.189, assinado pelo presidente Lula, que aumenta as punições por incêndios florestais no país.
Fonte: Notícias ao Minuto
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