Trechos idênticos da carta de Trump para o Brasil e Japão — Foto: Divulgação/ Otavio Camargo/g1
Porto Velho, Rondônia — O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, gerou controvérsia internacional ao enviar uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciando a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto. O documento, publicado nas redes sociais do ex-presidente norte-americano na última quarta-feira (10), contém trechos copiados integralmente de correspondências previamente enviadas a outros 21 países.
O texto, que traz críticas diretas ao governo brasileiro e ao Supremo Tribunal Federal, também apresenta uma informação incorreta sobre a balança comercial entre os dois países. Trump alega que os Estados Unidos acumulam prejuízo nas trocas comerciais com o Brasil — o que é desmentido por dados oficiais.
Desde 2009, o Brasil mantém superávit comercial favorável aos norte-americanos. Em valores acumulados, os brasileiros importaram mais do que exportaram para os EUA, com diferença positiva para os Estados Unidos na ordem de R$ 484 bilhões ao longo do período.
Repetição de conteúdo e informações falsas
O trecho central da carta enviada ao Brasil é idêntico ao de documentos encaminhados anteriormente a outras nações. Nas versões anteriores, o único conteúdo alterado era o nome do país destinatário e o percentual da tarifa aplicada. O modelo-padrão das cartas afirmava que os Estados Unidos estariam abertos ao diálogo comercial, mas que as tarifas seriam necessárias para tornar as trocas “justas e equilibradas”.
No caso brasileiro, o documento teve um tom mais politizado. Trump mencionou nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro, teceu críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que abrirá uma investigação formal contra o Brasil. Apesar das diferenças no início da carta, o parágrafo principal — contendo a informação falsa sobre o suposto déficit comercial — foi mantido sem alterações.
Reações diplomáticas
Fontes do Itamaraty ouvidas pela imprensa classificaram a carta como um "Ctrl C + Ctrl V", evidenciando que se trata de uma mensagem padronizada, produzida de forma apressada, sem verificação prévia das informações comerciais. De acordo com analistas diplomáticos, o teor do texto revela um viés político mais voltado à base eleitoral de Trump, em especial no contexto da campanha presidencial nos Estados Unidos.
Até o momento, o governo brasileiro ainda não divulgou uma resposta oficial ao conteúdo da carta. Internamente, no entanto, o episódio foi recebido com cautela, dado o impacto potencial nas relações diplomáticas e comerciais entre os dois países.
Fontes do Itamaraty ouvidas pela imprensa classificaram a carta como um "Ctrl C + Ctrl V", evidenciando que se trata de uma mensagem padronizada, produzida de forma apressada, sem verificação prévia das informações comerciais. De acordo com analistas diplomáticos, o teor do texto revela um viés político mais voltado à base eleitoral de Trump, em especial no contexto da campanha presidencial nos Estados Unidos.
Até o momento, o governo brasileiro ainda não divulgou uma resposta oficial ao conteúdo da carta. Internamente, no entanto, o episódio foi recebido com cautela, dado o impacto potencial nas relações diplomáticas e comerciais entre os dois países.
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