Governo lança estratégia intersetorial para enfrentar a obesidade no Brasil

Governo lança estratégia intersetorial para enfrentar a obesidade no Brasil

 Medida busca reduzir índices da doença e promover alimentação saudável, com foco em populações vulneráveis 

Porto Velho, RO - O Governo Federal oficializou, nesta terça-feira (21), a Estratégia Intersetorial de Prevenção da Obesidade, uma política pública voltada à redução dos índices da doença e à promoção de hábitos alimentares saudáveis. A medida foi instituída pelo Decreto nº 12.680, publicado no Diário Oficial da União, e será coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).

A proposta tem como objetivo conter o avanço da obesidade entre adultos e diminuir sua incidência em crianças e adolescentes, especialmente entre grupos em situação de vulnerabilidade social. O plano integra ações de diferentes ministérios e políticas públicas voltadas à alimentação, mobilidade urbana, esporte, lazer e educação.

Para a secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lilian Rahal, o decreto representa um passo importante no fortalecimento das políticas de combate à má nutrição.

“No mês em que celebramos o Dia Mundial da Alimentação, o decreto reforça o compromisso do Governo do Brasil com a redução da insegurança alimentar e de todas as formas de má nutrição”, afirmou Rahal.
 
Questão social e estrutural

A estratégia reconhece que a obesidade vai além de um problema individual e está relacionada a fatores sociais e ambientais, como desigualdades de renda e escolaridade, ambientes urbanos pouco acessíveis à prática de atividades físicas, além da publicidade de alimentos ultraprocessados.
Também são citados os chamados desertos e pântanos alimentares — regiões com pouca oferta de alimentos frescos e saudáveis —, que impactam diretamente as populações mais vulneráveis.

“Assim como a fome é resultado das desigualdades sociais, a obesidade também atinge de forma desigual as pessoas em maior vulnerabilidade. Enfrentar o problema exige integração entre governo e sociedade, com políticas que garantam ambientes alimentares saudáveis”, destacou Rahal.

Entre as ações previstas estão campanhas de conscientização, incentivo à produção e ao consumo de alimentos saudáveis, além de estratégias de mobilidade urbana e atividades esportivas para estimular hábitos de vida mais ativos.
 
Cenário da obesidade no país


Dados da World Obesity Federation indicam que, em 2022, o Brasil ocupava a 54ª posição no ranking mundial de obesidade infantil. Mantida a tendência atual, mais da metade das crianças e adolescentes brasileiros poderá estar com excesso de peso até 2035.
Hoje, uma em cada três crianças no país apresenta sobrepeso.

Segundo o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI), de 2019, 10,1% das crianças menores de cinco anos têm excesso de peso, sendo que na faixa de 12 a 23 meses a taxa sobe para 13,7%. A obesidade infantil atinge cerca de 3% das crianças dessa faixa etária.

Outros levantamentos, baseados na Pesquisa Nacional de Saúde e na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), revelam diferenças significativas entre grupos raciais: mulheres negras têm maiores índices de excesso de peso (58,8%) e obesidade (24,5%) do que mulheres brancas. Mesmo entre aquelas com renda superior a um salário mínimo, a desigualdade persiste.

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